10/11/2025
Você já se pegou pensando: ‘Meu PC gamer consegue rodar Cyberpunk 2077 no máximo, mas trava ao rotacionar um assembly complexo no SolidWorks ou abrir um projeto denso no AutoCAD?’ Essa é uma frustração comum, e a resposta não está na “má otimização” dos softwares CAD. A realidade é que a performance para jogos e para engenharia são completamente diferentes: vamos aqui explicar um pouco aqui do motivo.
É crucial desmistificar a ideia de que softwares como AutoCAD ou Revit são “pesados” por falha dos desenvolvedores. Longe disso! Eles são incrivelmente exigentes, pois executam cálculos matemáticos precisos e manipulam geometrias complexas em tempo real, algo que vai muito além da renderização de gráficos para entretenimento. A maioria dos profissionais subestimam essa diferença fundamental, falhando em investir no equipamento que realmente entregaria a produtividade que esses softwares de engenharia merecem.
Não é que softwares como AutoCAD, Revit, SolidWorks ou Siemens NX sejam inerentemente “pesados”. Eles são complexos. Eles manipulam modelos 3D com milhões de polígonos, executam simulações de dinâmica de fluidos, análises estruturais e renderizações fotorrealistas que exigem cálculos computacionais massivos.

Softwares como Ansys ou Solid Edge não “desenham” formas com polígonos e texturas como um jogo. Eles calculam geometrias com base em equações exatas. Cada linha, arco ou superfície é representada por funções matemáticas. Isso precisa ser recalculado constantemente toda vez que você move, amplia ou altera algo no projeto. Isso significa que, enquanto um game apenas “pinta” polígonos como pixels na tela, um CAD está recalculando ângulos, interseções e coordenadas reais no espaço 3D, com precisão de engenharia.
Quando o projeto envolve milhares de peças ou superfícies, o processador entra em “modo turbo” só pra manter tudo coerente. Muitos profissionais percebem esse gap de performance ao utilizar um notebook “gamer” ou um PC corporativo comum para essas tarefas. O software não é mal otimizado; ele está fazendo coisas incrivelmente complexas de forma eficiente, mas precisa das ferramentas certas para isso.
Diferente de uma engine gráfica gamer, como Unreal Engine ou Unity, onde um modelo 3D tem uma quantidade fixa de polígonos, uma esfera, por exemplo, em softwares CAD, é uma formula matemática de “infinitos polígonos”. O que você vê na tela é uma representação daquela esfera que é recalculada em tempo real a cada movimento ou interação daquele objeto. Um exemplo de como isso acontece na prática é o comando REDRAW no AutoCAD.
Grande parte dos softwares CAD atuais carrega décadas de evolução e compatibilidade retroativa. Isso é ótimo pra garantir que arquivos antigos ainda abram perfeitamente, mas ruim para o desempenho: o código precisa manter comportamentos e estruturas antigas, mesmo que ineficientes para o hardware atual. Resultado: muitas operações continuam rodando em single-thread, sem aproveitar todos os núcleos modernos da CPU, e com uso de GPU ainda limitado fora das funções gráficas mais simples.
O maior erro que observamos é a subestimação crônica do hardware. Profissionais investem milhares em licenças de software caríssimas, mas tentam economizar centenas no único componente que realmente fará a licença valer a pena.
Nos jogos, a GPU reina. Ela processa quase tudo que aparece na tela. No CAD, é o oposto: a CPU faz a parte pesada, processando geometria, dependências e relações paramétricas. A GPU ajuda, mas apenas na visualização: A verdade é que a maior parte do cálculo matemático é responsabilidade do processador.
Por isso, o desempenho nesses softwares depende mais de frequência por núcleo do que de quantidade de núcleos. Um Ryzen 9 com 16 núcleos pode ficar atrás de um i9 de 8 núcleos, se este tiver clock mais alto e cache otimizado.
Uma boa placa de video (CPU) ainda é essencial para operar em CAD, mas muitos usuários subestimam a importância da escolha correta do processador (CPU) nesse processo e como a escolha correta aqui pesa no orçamento: CPU e GPU representam em média 70% do custo de uma workstation.
A dúvida é PC Gamer serve pra CAD? Na verdade, qualquer tipo de computador pode ser utilizado (desde que cumpridos os requisitos mínimos do software), mas a verdade é que fora uma boa workstation, a maioria das máquinas não lida bem com esses softwares de engenharia. PCs Gamer, por terem hardware de alta performance (assim como uma workstation) são muitas vezes vistos como alternativas por alguns usuários de CAD: principalmente pelo fator preço, mas cuidado nessa hora. Um PC gamer é otimizado para jogos, que têm padrões de uso de CPU, GPU e RAM diferentes dos softwares de engenharia. Placas de vídeo “gamer” são excelentes para framerates em jogos, mas não são projetadas para a precisão e estabilidade exigidas em modelagens complexas e simulações que rodam por horas. Um crash no momento errado e muitas horas de trabalho podem ser perdidas.
Diferente de uma máquina gamer, onde seu retorno de investimento pode ser medido em FPS, o seu investimento numa workstation é medido em tempo (e dinheiro) ganho. Na hora de investir em um setup novo, leve isso em consideração.
O outro vilão é que ninguem espera pode ser o próprio usuário. Projetos CAD frequentemente crescem de forma caótica: múltiplas referências externas, blocos desnecessários, layers duplicadas e geometrias redundantes. Cada uma dessas pequenas decisões adiciona mais carga de processamento e memória.
E como tudo precisa manter relações paramétricas e precisão total, o software não pode simplesmente “ignorar” partes, recalculando tudo, o tempo inteiro. É por isso que uma simples rotação de vista num modelo grande pode consumir segundos (ou minutos) preciosos. Aquele “purge” no modelo de vez em quando pode ajudar, mas o processo de construção dos projetos deve já ter em mente essa organização desde o início.
Se o seu CAD está lento, antes de culpar o hardware segue aqui algumas dicas:
Para entender a exigência desses softwares, precisamos olhar para os componentes de um computador profissional, ou workstation, e como cada um contribui:
A otimização de software existe e é constante. Mas há um limite físico para o que um código pode fazer se o hardware não entregar a matéria-prima. É como esperar que um carro popular atinja a velocidade de um Fórmula 1, apenas com um “software de motor” melhor.
Para um ambiente de engenharia, arquitetura ou manufatura, o recado é simples: máquina gamer não é workstation. A prioridade deve ser:
Esses fatores combinados reduzem drasticamente travamentos, lentidão e ainda prolongam a vida útil da máquina.
A solução não é mais complexa do que o problema: invista em hardware que corresponda à exigência do seu software e do seu trabalho.
Valorize a expertise: Não aceite “o PC mais rápido da loja”, mas sim “o PC *certo* para o meu trabalho”. Isso demonstra que você compreende a relação intrínseca entre hardware e desempenho, e busca soluções que realmente impulsionem sua carreira.
Então, da próxima vez que seu software de engenharia parecer “pesado”, pare e olhe para o seu gabinete. A verdade é que ele não é pesado; ele é exigente. E a pergunta que você precisa se fazer é: o seu hardware está à altura da sua engenhosidade? Chegou a hora de parar de culpar o software e começar a exigir a performance que você realmente merece com uma workstation da Razor Computadores.
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